28/11/2008

Chão de Madeira


O colorido e o preto e branco, lentamente, misturavam-se. Beijou-a. Colorido, trazia uma nova perspectiva; uma nova esperança. Quente, recobria o seu pequeno corpo com os músculos palpitantes, papel que até agora fora desempenhado pelos agradáveis e coloridos cobertores, que agora se encontravam desarrumados.
A amargura, tão viva no recente telefonema mal-educado, agora parecia diluir-se. Saía de todos os seu poros, pouco a pouco, conforme se arrepiava. Aos poucos o colorido mancha o preto e branco, com leves pinceladas de pele contra pele. Os corpos pintam-se, devagar.
Um estrondo repentino. Barulho seco e curto. O cobertor continua na cama, ainda desarrumado, mas triunfante. O curto silêncio é engolido por risadas. Inocentes risadas. Eles estão no chão, caídos. A mistura de cores se completa.
Os tacos de madeira sentiram sua cera diluir-se com o suor, e resmungam, por minutos que pareciam inacabavéis. Há um suspiro. Então outro. Agora silêncio, e um cheiro que só eles sentiram. Ficaram ali, não importa por quanto tempo, pois parecia infinito.

Um comentário:

  1. Espaço e elementos deste espaço tomandoparte nessa história apaixonate...Fora os sentidos aguçados...Opa ! rsrs

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