22/02/2017

Todo existencialismo é um pé no saco

Penso em todos os cacos de vidro que esperam nossos pés nas beiras das praias e na inutilidade deste e tantos outros pensamentos.
O que restou para mim? Fui criado junto aos "mitos", aos seres épicos, ídolos multimidiáticos, heróis urbanos munidos de opinião, "personalidade forte".
Como só ser, como ser alguém "mais ou menos" depois disso tudo? Depois da internet, depois de criar nosso perfil, blog, página e acreditar neles e se por nesse papel! Fazer dessa construção bizarra e irresponsável o nosso espelho?
Não me contento com essa resposta fácil de mim mesmo. Quero ser mais que isso que escrevo, que fotografo, que registro tão cuidadosamente para não pensarem de mim um coisa ou outra que eu não acho que sou. Quero muito ser mais que isso que inventei aqui.

13/02/2017

Balanço Geral de Segunda-Feira

explodo como uma panela de pressão que arranca o teto e suja a parede 

mentira. sou covarde.
eu aceito quieto, eu engulo. reclamo, mas reclamo fazendo, girando as engrenagens do sistema: Ficando feliz na sexta-feira e triste no domingo a noite.
Tem covardia maior?

tenho evitado discussões com ideias e pessoas desumanas, desiguais e cheias de ódio - mesmo sabendo que seria construtivo.
Tenho concordado e balançado a cabeça com sorriso amarelo - pura preguiça.
já não ligo para as normas da língua, da literatura e tenho enjoo de quem quer parecer inteligente (como eu já fiz e faço tanto nessa vida)

eu queria não me sentir ridículo cantando, escrevendo, amando ou fazendo seja lá o que fosse: mas é que parece que a gente nunca é a gente mesmo e dá vergonha passar por tantos personagens e fazer com que essa trama que é nossa vida faça ainda sentido.

Minha narrativa - a narrativa da minha vida - entrou em colapso, é inverossímil, é uma bagunça, é Balzac bêbado e com sono escrevendo besteira, errando nomes, lugares e coisas.

Me falaram que eu sou chato, um porre, porque eu não falo a coisa certa na hora certa nunca. E ficar tentando acertar isso tudo tem me matado:
me deixado feliz na sexta, triste no domingo.