30/12/2010

Poema Bobo

Vem cá! vem sim,
que eu te enrosco em mim,
que eu dou um nó com meu pé no seu
que eu te falo feito homem louco de sede: Vem cá!

Que eu te pego pelos cabelos
que a gente se afoga em beijos
que a gente naufraga nas horas
que a gente troca exageros
E eu até te escrevo um poema banal
com as rimas mais tolas
e jogo uma flor no seu quintal

Que você me fale absurdos:
que nem sente saudades
que a gente não dá
mas vem;
Vem cá!

28/12/2010

E agora, Sol?

-Olha... O Sol está raiando.

Falou isso de tal modo que parecia errado o sol raiar;
E era errado mesmo.

Amanhecer era absurdo depois de uma noite onde não existiu o tempo
Era contra as regras do nosso mundinho sem regras

Era um sistema solar inteiro contra nós

26/12/2010

C&C

Se há uma saída de emergência
também há uma entrada de emergência.

Tenho muitas portas

e janelas também

(fica à gosto da invasora;
invasora permitida, diga-se de passagem)

Sou quase uma loja de Casa & Construção

22/12/2010

Brinquedos Quebram Logo

Dei-lhe uma porta para o meu mundo inteiro, mas pegou a chave, que era uma fina agulha, e a jogou no palheiro de sua mente sinuosa.

Depois tacou fogo no palheiro tentando achar a agulha-chave.

A chave era de plástico.

A porta não.

04/12/2010

01/12/2010

Oração

Não, Deus, eu não consigo me machucar mais.

Cansei de toda essa brincadeira de liberdade. É sério, Deus, não ria! Não me machuco e nem escrevo mais sobre essas bobagens de corações re-remendados.

Deus! Sou livre, mas e aí? Ainda outro dia Johnny Cash conversava comigo: Liberdade não é nada... Prisão é andar sozinho pelo mundo.

Deus, será que eu fiquei duro ou as pessoas que perderam a coragem?

Vou deixar o mundo (pelo o menos o meu) em paz. Como diria o velho Drummond: “Não faças versos sobre acontecimentos.” “Não dramatizes, não invoques, não indagues. Não percas tempo em mentir.”

Deus, você já leu Drummond?

E agora, Deus?