26/07/2011

Zé Navalha

Zé Navalha barbeia cantando na beira do cais. Zé faz barba, cabelo, bigode e pescoço de cabra que bate em mulher ou que rouba no carteado.
Vivendo assim que Zé vai tirando seus trocos e ganha presentes das donas: bolo fresquinho de fubá mimoso, moqueca bem temperada – tudo por reconhecimento.
Há uma gritaria dos moleques:
-Os home tão atrás do Zé!
De roupa branca cruza os corredores e cortiços. Roupa branca e vermelha, Zé! Tem sangue de um negro traidor nessa roupa, Zé! É sangue de seu irmão.
Ah, Zé! claro que as lavadeiras do cais te esconderiam! Suas roupas já estão brancas e limpas de novo; Mas como lavar o sangue de um irmão na própria alma? Ah, Zé... Que inocência! Isso nem as lavadeiras poderiam saber.

4 comentários:

  1. A traição sempre nos acompanha, não é mesmo?

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  2. conheço muitos Zés...

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  3. Felipe, você também tergiversa no Facebook? Lá estou: http://www.facebook.com/magborges

    Abraço do "Misantropo".

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  4. Salve Zé! Salve Maria Navalha! <3 Sdds Fê.

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