25/08/2009

Eu Cheirava Lembranças na Gola da Camisa

Não eram lembranças vulgares ou mundanas, como um pedaço de suas costas ou seus pezinhos brancos; Não. Era algo nobre e bonito, daquelas coisas que fazem o peito estalar e se apertar todo: Eu não farejava somente uma pessoa ou um corpo ali naquela gola; Eu cheirava uma época inteira! Cada vez que meu nariz se inflava para apurar o aroma sutil, os olhos fechavam-se num movimento de reverência. Reverência e uma pitada de saudades e amadurecimento.
Então farejei sons, momentos, conversas, palavras de amor e olhares. Era eu um garimpeiro da própria lembrança. Garimpeiro simplório e sensível, que narrava com orgulho a glória de seus primeiros e reais achados: Belos diamantes, rubis e alexandritas. Verdadeiros frutos de uma época extraordinária da minha vida, onde me sentia completo e encontrado. Respirava o mais puro romance, de fato que diferente dos romances literários, pois era real e um tanto mais despretensioso.

Um comentário:

  1. O real é tão mais desprentesioso e feliz de fato, mas por que então AMAMOS o inemaginável que sempre tendemos a criar...rs..Aprendamos a admirar o real e a viver esta grande vida que é a nossa e não às dos livros..rs.

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