Ah virtuosos do coração! Vocês que são tão belos e encantadores em tuas palavras, teus cantos, tuas artes; vocês que sentem o mundo de forma singular e exagerada; Belas pessoas vocês que vêem além dos olhos cegos da matemática!
Ah, virtuosos do coração! Artistas desconhecidos da simplicidade dos dias e profundos sábios daquilo que se passa dentro do peito e escorrega pelas palavras entrelinhadas! Tranças de sentimentos considerados tolos que se enlaçam, crescem e, inclassificáveis, desaparecem, sem que ninguém os notem... Mas vocês... Ah, vocês! Como são bons em seus métodos!
Saibam vocês, aqui aludidos, que serão abençoados com os infortúnios sociais do destino! – Amém. E digo-lhes mais, melancólicos, vocês que sabem amar, vocês que sabem das peripécias maravilhosas do mundo e dos sentimentos, vocês que tecem belas conversas, vocês que pintam, atuam, tocam... Ah, estão todos perdidos! Perdidos!
E por que perdidos? Ah! É a dualidade do mundo, presente em tudo. Profundos como vocês terão que andar nos extremos das situações humanas! Ah! Sim! Terão que cuspir sinceridade àqueles que lhes chateiam. Sensivelmente atingindo a insensibilidade terão que saber como magoar, ferir e desprezar... Sim! São os ossos do ofício! Não basta o carinho e a compreensão. Não basta. Terá que ser cruel.
O virtuoso do coração que não sabe como operar com sentimentos sombrios e opostos vai padecer, e deixa esvair toda sua essência e inspiração através da casca da falsidade que criou para não desagradar aqueles que lhe perturbavam de algum modo, por mais ínfimo que seja. E digo que os virtuosos são ótimos nisso, sabem muito bem ser ardilosos com máscaras, mesmo que acabem sufocados por elas, algum dia.
Ó, infelizes irmãos das virtudes humanas! Ó, desventurados companheiros da sensibilidade singular! Lembrem do que escrevo para vocês, por mais asqueroso que seja, um dia usará das virtudes contrárias.
Ó tolos sentimentais e incansáveis pensantes! Ó exagerados da vida e cúmplices do subliminar! Ó, meus iguais!
A sensibilidade em um mundo de brutos..
ResponderExcluirVerdade nua. Para raros.
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