29/09/2008

Sem título!

"-É o homem envenenado pelos males do não conseguir; os males da inerência; a incapacidade, que cutucam suas vísceras dia à dia, como em certo mito.
O homem que comete atrocidades é o mesmo que quer detê-las, o que profana absurdos é o mesmo que os ouviu.
Homem espelho do homem; Mostra teu rosto, saturado do não ser! Suprimido, refugiado, esmago pelas circunstâncias.

-É claro, homem! Já dizia eu nos tempos da rebeldia: Não há crime maior e mais brutal do que a não verbalização de pensamentos! Hahaha!!!! Vossas circunstâncias só serão conseqüências destes... ou apenas sorte!

-Sorte? Não sejas ridículo. A sorte só acaricia aos lábios rosados do belo rapaz de olhos sonhadores! E depois o dilacera, e ri de escárnio, como em certa obra de algum romântico infeliz!

-Românticos? Que tem eles de tão ruim? Apenas tiveram o azar de se dar conta da imensidão do próprio sentir... E que é o sentir se não for o próprio ser?

-Aah!! Lá vens com tua filosofia de novo! Me chateias; Chateamos essas moscas com a filosofia!
A filosofia é a ferramenta perfeita para a chateação de pessoas! Calemo-nos com nossa filosofia miserável... Falemos de coisas mais importantes; Falemos dos boatos, dos tipos de fumo, vinhos e cachimbos que chegaram ao mercado, e aí sim será um bom momento!
Meu conviva, não sabes que a filosofia é o assunto mais indevido à uma reunião de amigos?

-Pois sei, meu caro. A filosofia nos faz infeliz.

-Veja só! Todos já dormem; nossos convivas pareciam geniais, até o álcool os agarrar em beijos molhados. Agora parecem apenas defuntos vítimas de filosofia. Se tornaram desagradáveis quando a embriaguez mostrou quem realmente eram. E que pessoa não é desagradável no intimo? De perto vemos vários riscos da estátua que parecia perfeitamente bela ao longe.

-Bem, me parece então que... vamos à merda com nossa filosofia!"

(...)

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