ser uma pessoa contemplativa
olhar como quem olha a paisagem, a fotografia
nunca interpretar: só registrar e sentir o que há para se registrar e sentir
ser justo consigo mesmo
não exigir nada além do que pode ser medido na régua do justo e do cabível de cada situação, de cada olhar, de cada cigarro, de cada cabelo, de cada rua, de cada lugar, de cada cheiro, de cada gente e de cada pessoa
nada mais além do que se mostra
contemplação não é passividade
mas estar atento nas janelas:
do ônibus, das casas, dos trems e dos prédios lá longe com seus quadradinhos brilhantes
e perceber os movimentos minúsculos da vida e dos corpos
atento em tudo que esbarra em algo que está dentro de nós,
sempre buscando o que faz cócegas atrás do nosso pescoço,
aquela arrepiadinha do toque novo
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