26/09/2017

Visão de Cera

Como é perverso esse buraco que fica na cama bem no lugar que a gente dorme.

Eu queria arrancar todo o tédio acumulado em nossas vidas, todas as certezas mornas, as atitudes óbvias, os toques já conhecidos, as mesmas histórias mil vezes contadas, o sexo pronto e embalado para micro-ondas.
Você acendeu o cigarro de maconha e então isso tudo aconteceu.

05/09/2017

O dia em que eu tomei uma sarrada mental

Quantos são os afetados por esse ideal de vida feliz fixado em nossas retinas. Enquanto escrevo essas letrinhas, milhares de sorvetes derretem no Instagram. A mãe de um amigo sempre dizia que de nada valia uma frase fora de contexto, isolada. Uma imagem, também fora de contexto, vale?
É muito fácil falar sobre a alienação, sobre pressões sociais. Todo mundo faz isso toda hora. O que me dá nos nervos é pensar: POR QUE DIABOS continuamos fazendo as coisas que nos fazem infelizes quando sabemos de cor e salteado as coisas que nos fariam bem? Essa pergunta sempre me pegou.

Recentemente vi uma palestra motivacional dessas bem duvidosas para empresários e empreendedores. Juro que foi por acidente, não pense que caí já em tão fundo poço. Por ironia da vida e para minar minha pronta arrogância, o palestrante versava justamente sobre essa questão última, dizendo que fora ela o questionamento que Freud trabalhava pouco antes de morrer, sem obter nenhuma perspectiva de resposta plausível.

Na hora eu quis pensar algo útil e proveitoso, já que vinha matutando sobre este padrão da vida, vendo isso se repetir e experimentando isso há anos. Mas não! Só pude pensar uma coisa que me fez rir feito bobo: Se Freud morreu sem saber, eu estou bem fodido.