17/06/2015

Bandeja das Verdades

com a bandeja das verdades em mãos - as verdades de tudo que eu sou e mais (e ainda pior): tudo aquilo que eu não fui - eu vou descendo ruas muito estreitas e muitas

subo escadas mal acabadas de degraus desiguais. Vou tentando não derrubar nada pelo caminho, como tanta coisa que já deixei
ao chão

Agarro-me às verdades; as duras verdades ditas e dadas levemente, como fossem lindas crianças - carregando fuzis.
Agarro-me, como todos os outros do mundo todo, às verdades - e quando me dou conta, quando já percorri tudo que era caminho,
quando já cheguei, esfarrapado, ao mar, me dou por perdido.

olho para as mãos e vejo - para o espanto de quem carregava bela bandeja - entre os dedos e escorrendo manga adentro,

um belo punhado de lama.

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