25/10/2012

Caiçara



Tenho uma bicicleta caiçara pra andar de sorriso manso por aí, como quem anda beira-mar, molemente. Não que eu more na areia; quem dera! Eu moro no asfalto, mas sempre estou à beira. Beira-o-quê? Beira-eu-mesmo, beira-mim.

Dizem por aí que devemos ir pelas bordas, não é? Não consigo levar nada a sério em cima de uma bicicleta. Nem eu mesmo. Viro margem de eu mesmo, marginal, e me vejo
passar.