02/05/2011

Diluídos Água e Sal

Pernas brancas batem nas minhas
como ondas em pedras ásperas
e os seios são um porto onde atracam
navios que saem da minha boca

as unhas escrevem na minha pele
como velhos piratas bêbados
que rabiscam dezenas de X
num mapa incerto de tesouro

Há então um maremoto forte
e você deita em cima de mim
e bóia como uma garrafa jogada ao mar
(há mensagem dentro?)

me aperta com os braços
num difícil nó de marinheiro
e vamos nos balançando moles

estamos bêbados de
                                             a
mar

acordo e me deparo com
dois olhos cor de terra-virgem
e um grito de navegante sedento explode:
-Terra à vista! 

4 comentários:

  1. Sempre que passo por aqui me surpreendo mais ainda com os seus textos, realmente são fantásticos.

    Parabéns.

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  2. Tem selo para ti em meu blog.
    http://entaosoupoesia.blogspot.com/p/selos.html

    Beijo
    =*

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  3. adoro me embebedar nos seus olhos de suco de laranja e de cachoeira de limonada!

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