Do abismo dos lábios rachados em pedra – pedra grossa e gasta pelo vento – vertiginosamente palavras de amor e ódio, entrelaçadas em linha torta, pendem e se derramam, formando ruínas de uma cidade inteira.
As palavras são pequenos pedregulhos que rolam pelo desfiladeiro de seios polidos, feitos de quartzo rosa e afeto - afeto que só uma mulher sabe possuir. Continuam rolando pelas coxas feitas de opala e escorrem pelas canelas de marfim e prata.
Elas descem, as palavras, manchadas de batom vermelho-sangue-pisado, aos pulos atingem minha alma nua, rachando-a em pedaços, como uma fruta madura que recebe tiros infantis e impensados de estilingue, em alguma tarde quente de domingo.
Igualmente numa tarde quente, eu andava pelas ruínas da cidade das mulheres de pedra, perdido e enlaçado pelos ares doces do lugar – ares doces como hálito de mulher.
Avistei algumas mulheres de pedra que ali repousavam; umas tranqüilas, de delicadeza rústica e imutável e outras com olhar leviano, quase desdenhoso e muito sedutor. Feições que ficaram eternamente esculpidas nas faces pedregosas.
O sol a pino fazia a essência feminina do local dissolver-se e evaporar em um suave incenso que dançava no ar, me deixando ébrio e um pouco tonto.
Teria chegado eu nessas ruínas de pedra e palavras com os meus próprios pés? Ou tais ruínas ergueram-se sorrateiramente à minha volta sem que eu percebesse?
Ah! Como são misteriosas as mulheres e os seus feitos!
Snto falta dos teus textos, garotinho.
ResponderExcluirMandei pra ti um convite pra ler meu blog, que momentaneamente esta bloqueado. =)
mandei no e-mail que tem como contato aqui no blog.. nao sei se trocou de msn..
beijos, garoto!