Antes mesmo de ter alguma idade para, eu já sonhava com o dia em que eu poderia ser nostálgico com propriedade. Olhar fotografias, cartas e lembrancinhas e assim me debruçar sobre uma época, pessoa e lugar. Lágrimas escorreriam e isso seria muito bonito. Sempre gostei de cenas montadas como essa, exageradamente emocionais e precisamente desempenhadas, com cenário, trilha sonora e tudo.
Não é enganação ou falsidade de qualquer tipo. É teatro, personagem e brecha na rotina para que o sentimento aconteça com totalidade em sua grande hora. Palco e plateia é só o que qualquer sentimentozinho precisa. Finda a atuação as luzes apagam e só assim poderemos dormir outra vez.
Vai me dizer você que, no alto da sua anonimidade, nunca planejou, ensaiou e executou uma cena, uma performance da vida real? Aquela discussão que precisou travar com uma pessoa amada, o dia que quis propositalmente ficar feliz ou triste só para sentir algo específico. Isso não é maquiavélico, é questão de percepção da própria narrativa, de se projetar no mundo.
Acalento essas palavras. Tenho vivido na performance
ResponderExcluirperformance eterna.
ResponderExcluirÉ que a gente não consegue se desprender das possibilidades ou evitar a necessidade de controle, a gente pensa, cria, idealiza e vive uma vida todinha só dentro de nós.
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