I
Vamos falar de um clichê - de um pôr-do-sol, de uma flor bonitinha em um jardim.
Vamos recriar todas as nossas recordações infantis, afinal, Freud explica. Então beleza. Presta atenção: já ouvi dizer que explicações demais tiram o tesão da vida, das coisas e pessoas. Agradeça a ele, ao Freud. Seremos felizes com nossas próprias aflições, enlaçados num abraço fraternal.
Obrigado, herr.
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II
Todos estão na rua e caminham com movimentos bussolares. Eles tem o norte fincado na cabeça: vermelho e reluzente norte magnético.
Vejo os traços pontilhados que suas rotas deixam no chão enquanto caminham bem rápido.
E eu, tantas vezes andando na rua errada, procurando os números das casas, parando repentinamente e voltando no meio do caminho - embaraçado por voltar subitamente por onde vim
(nas primeiras vezes).
18/12/2013
02/12/2013
Os Bens
Eu comprei lentes de vidro pra poder enxergar um mundo caduco. Lentes grossas.
Eu comprei um sensor digital que grava imagens de forma "profissional" (seja lá o que signifique) - uma retina-muleta para uma das minhas retinas reais.
Eu comprei umas tantas mutretas para me orientar nos caminhos do mundo. Comprei de sorrisos amarelos (e caros) à complexos vitamínicos inúteis.
Eu consumi pessoas inteiras.
Eu já cuspi nos chãos branquinhos da vida dos outros
e eles escorregam.
Eu comprei um sensor digital que grava imagens de forma "profissional" (seja lá o que signifique) - uma retina-muleta para uma das minhas retinas reais.
Eu comprei umas tantas mutretas para me orientar nos caminhos do mundo. Comprei de sorrisos amarelos (e caros) à complexos vitamínicos inúteis.
Eu consumi pessoas inteiras.
Eu já cuspi nos chãos branquinhos da vida dos outros
e eles escorregam.
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