Zé Navalha barbeia cantando na beira do cais. Zé faz barba, cabelo, bigode e pescoço de cabra que bate em mulher ou que rouba no carteado.
Vivendo assim que Zé vai tirando seus trocos e ganha presentes das donas: bolo fresquinho de fubá mimoso, moqueca bem temperada – tudo por reconhecimento.
Há uma gritaria dos moleques:
-Os home tão atrás do Zé!
De roupa branca cruza os corredores e cortiços. Roupa branca e vermelha, Zé! Tem sangue de um negro traidor nessa roupa, Zé! É sangue de seu irmão.
Ah, Zé! claro que as lavadeiras do cais te esconderiam! Suas roupas já estão brancas e limpas de novo; Mas como lavar o sangue de um irmão na própria alma? Ah, Zé... Que inocência! Isso nem as lavadeiras poderiam saber.