29/07/2009

Sobre Os Pés E Os Corações Errantes

Sim, este sou eu. Um poço de sentimentalismo de fácil acesso - nunca fui restrito. Sim, sou eu mesmo. O que achas você de seus belos feitos, até então? Tem conseguido o que quer? Sabes, ao menos, o que quer de mim? E de você?
Tu vens com toda essa beleza animalesca, que é somente entulho de exibição, uma parcela miserável de tudo de delirante que guarda nas ilhas e cavernas de tua pele; vem sim, vem lenta, forte e avassaladora e me joga de um lado para o outro, em teu mar de ondas ébrias.
Eu me entrego. Não tenho mais forças para essas passagens de jovens: Pegue todos, todos os meus sentimentos! Ah! São tão simplórios e bonachões... Pobres doidos imaculados são os meus sentimentos! Não os deixe guardados nas caixas empoeiradas das lembranças... não! Com risos irrisórios e faceiros, monta todo um teatro de fantoches com cada um deles! Claro que para seu próprio deleite. Pra que mais usá-los-ia? Nunca os deixe ali na caixa, no fundo, úmidos e taciturnos.
E agora que estamos lado a lado, descalços? E agora que esbarrou comigo nas geométricas coincidências da vida? Pra onde vamos? Você estava me seguindo? Tudo bem, tudo bem; mesmo assim, eu continuo indo com você.
Sigamos nossos pés ciganos! Façamos nosso caminho. O mundo é grande e você também é. O mundo é nosso.

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